10 de outubro de 2013

Crescendo em Cristo

 CRESCENDO NA GRAÇA E NO CONHECIMENTO

2Pe 3:18 Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém.

Orando sem cessar:

1Ts 5:17 Orai sem cessar. 
2Co 12:8 Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim.
2Co 12:9 E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.

Jr 33:3 Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes.

Estudando a Bíblia

At 17:10 E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus.
At 17:11 Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.
At 17:12 De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos homens.

1Pe 2:2 Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;

Sl 1:1 Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
Sl 1:2 Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.

Sl 1:3 Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará. 

Obedecer a Deus conforme a Sua Palavra

Sl 119:9 Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra.
Sl 119:11 Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.

Jo 14:21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.
Jo 14:23 Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.

Vivendo de modo agradável a Deus

Cl 1:9 Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual;
Cl 1:10 Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus;

1Jo 3:22 E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista.

Permanecendo na doutrina do Senhor

At 2:42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
At 2:43 E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.

Rm 6:17 Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues.

3Jo 1:3 Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram, e testificaram da tua verdade, como tu andas na verdade.
3Jo 1:4 Não tenho maior gozo do que este, o de ouvir que os meus filhos andam na verdade.

Frequentando a Casa do Senhor

Hb 10:25 Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.
Lc 2:36 E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade;
Lc 2:37 E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.

Sl 27:4 Uma coisa pedi ao SENHOR, e a buscarei: que possa morar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do SENHOR, e inquirir no seu templo.
Sl 27:5 Porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá; pôr-me-á sobre uma rocha.

Vivendo em continuamente em santidade

2Co 7:1 Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.
Lc 1:75 Em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa vida.

Mantendo-se renovados espiritualmente

2Co 4:16 Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.
Ef 5:18 E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; 2Co 3:17 Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.
2Co 3:18 Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.
2Co 4:1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; 

11 de março de 2013


FABRICANTES DE REBELDES

Esta é uma reflexão despretensiosa sobre as divisões que já há muito tempo vêm acontecendo em escala ascendente no meio das nossas igrejas.
Divisões causadas por crentes rebeldes? Sim! Em parcela significativa, todavia, não em sua totalidade, me arriscando a afirmar que sequer são a maioria.
Primeiro, devemos frisar que as divisões são causadas basicamente pela presença de duas palavras, rebeldia e autoritarismo, sendo que na maioria das vezes estão presentes as duas ao mesmo tempo.
Segundo o Dicionário Aurélio, rebeldia é:
 1. Ato de rebelde; rebelião, revolta.
 2. Qualidade de rebelde.
 3. Fig. Oposição, resistência.
 4. Teimosia, obstinação, birra.
No mesmo dicionário encontramos a palavra autoritarismo:
Regime político que postula o princípio da autoridade, aplicada com freqüência em detrimento da liberdade individual; despotismo, ditatorialismo.
Assim, só poderemos classificar como rebelde a pessoa que está em posição hierárquica inferior. Da mesma forma, só pode ser autoritário quem está no comando.
Em uma Bíblia digital, digitei rebeldia e achei setenta e seis menções (Nm 14.9; Dt 1.26; Js 1.18; I Sm 12.15; II Rs 25.11; Ez 20.38; I Pe 3.20.– principais exemplos), onde o povo era sempre alertado a respeito das conseqüências danosas da rebelião, sendo que não encontrei autoritarismo, porém, o ato, como definimos hoje, está presente em toda a Bíblia.
Poderia citar o Faraó da época de Moisés, que, além de escravizar o povo judeu, ainda não o queria deixar partir, todavia, quero me ater aos exemplos de governos autoritários dentro do povo de Deus. Assim, talvez a mais eloqüente demonstração de autoritarismo de um rei hebreu tenha sido o de Roboão, filho de Salomão, que desprezando o conselho dos anciãos, seguiu às idéias de seus amigos de infância e falou duramente ao povo (I Rs 12.1-14), gerando uma revolta que culminou com a divisão do reino.
Seria incompleto falar somente sobre o governo de Israel enquanto nação se não chegar até o Israel espiritual, a Igreja.
Um leitor mais atento à leitura neo-testamentária percebe a preocupação da maioria dos escritores com a estrutura que a igreja primitiva estava assumindo. Conforme os discípulos iam pregando e a igreja tomava forma era preciso normatizar o funcionamento (At 2; At 4; At 6.1-6; Ef 4.11). E se não há hierarquia no que tange ao livre acesso e à importância diante de Deus, no que diz respeito à organização daqueles que se juntavam aos crentes, era necessário uma hierarquização de funções, priorizando os que já haviam abraçado o evangelho há mais tempo, portanto, mais experientes.
Sobre a obediência dos que congregavam em relação aos seus pastores, em algumas versões, guias, temos a proeminência do texto de Hebreus 13.17, onde explicita o dever de sujeição aos seus ensinamentos. Todavia, a Bíblia não fala somente às ovelhas, mas igualmente aos pastores, que de certo modo, também não deixam de ser ovelhas, ou ainda, pastores subordinados ao Sumo Pastor (I Pe 5.4). Assim, todos os textos que detalham os deveres daqueles que hoje intitulamos pastor (Atos 20.28; I Timóteo 3.2; Tito 1.7), resumindo, frisam a necessidade da temperança, sobriedade, aptidão ao ensino e que não seja, no popular, desonesto, corrupto ou ladrão.
Aqui temos um modelo ideal de igreja, onde o dono do rebanho é Deus e os pastores cuidam com amor e dedicação das ovelhas, que recebendo amor, mesmo quando necessariamente repreendidas e disciplinadas, obedecem com prazer, sabendo que têm alguém em que podem, dentro dos limites humanos, confiar.
Contudo, sabemos que isto só não é utopia porque realmente há muitíssimos homens de Deus que assim procedem no exercício do ministério pastoral, e eu conheço um grande número destes, estando o meu pastor entre eles. Bem como, há também inúmeras comunidades que predominantemente honram os seus líderes, sendo a minha igreja uma delas. Mas infelizmente, não é a maioria das nossas igrejas que experimentam este casamento perfeito entre líder modelo e ovelhas modelo.
Se entre o povo há rebeldes aos ensinamentos de líderes compromissados com a Palavra, há líderes gananciosos que somente querem explorar e submeter o rebanho aos seus desmandos. No entanto, quando comunidades marcadas pelo predomínio de rebeldes se deparam com líderes dominadores e gananciosos, temos aí uma bomba prestes a explodir. E a minha preocupação só aparece nos dois primeiros casos, visto que no terceiro, não há inocentes.
Na hipótese de uma comunidade marcada pela apostasia e rebeldia, o líder fiel aos ensinos bíblicos terá que, antes de tudo, buscar ao Senhor para receber a direção do que fazer, pois, em uma situação desta, se outra coisa não lhe for revelada, ele só terá três opções:
1ª – deixar a direção desta igreja e pedir a Deus uma nova igreja ou outra forma de servir ao evangelho;
2ª – bater de frente, correndo o risco de perder um número considerável de membros, ou ainda, ser transferido ou destituído; ou,
3ª – se conformar, cauterizar a mente e fingir que nada está acontecendo.
Qualquer que seja a decisão tomada, ele terá que pagar o preço.
Agora, se o problema estiver no líder que assume uma igreja dedicada, conhecedora e cumpridora de seus deveres, mas também de seus direitos e da liberdade garantida na Palavra, estaremos diante de um problemão, não sei se maior que o caso anterior, mas com certeza, de proporções inimagináveis, trazendo conseqüências na medida do tamanho do rol de membros e no comprometimento e no histórico de cada família agregada. Há relatos de famílias arrasadas pelo autoritarismo de líderes, que inconseqüentemente esfacelam igrejas inteiras, que anteriormente eram vigorosas e frutíferas. Dificilmente uma pessoa autoritária conseguirá formar uma igreja do nada, digo, igreja, porque há exceções. Muitas pessoas simples (Pv 14.15), por falta de conhecimento (Is 5.13) ou por medo, se ajuntam em torno de usurpadores tiranos.
Repito, não me preocupo quando um grupo realmente rebelde forma outro grupo, ou quando um ditador perde membros ou o “cargo”. Minha constante preocupação é que sempre classificamos a todos os que deixam suas comunidades, como rebeldes, sem saber o real motivo.  Também percebi outro problema atual, que surge quando muitos líderes sinceros se comportam como “fabricantes de rebeldes”, não por prepotência, mas por entrarem no jogo de rebeldes reais, por má formação pastoral, ou por simplicidade mesmo.
O pastor tem que entender que quando um trabalho é iniciado por um rebelde, ou vários, ele deve ficar contente e liberá-los sem alarde. Pode ter certeza, o dízimo deles não compensa o prejuízo espiritual que causam. Faça o caçulo e me responda. Vale a pena ficar na mão de rebelde por dinheiro?
O que acontece é que ninguém gosta de perder, assim, quando um grupo sai, o maior divulgador do trabalho recém aberto é o próprio pastor da igreja que fica. Muitas vezes fica até repetitivo, gastando o tempo da Palavra para praguejar contra os que se foram. Valorizando mais os que vão embora do que os remanescentes, que geralmente são a maioria.
Muitos membros vão por curiosidade, outros por amizade com os membros de lá, e ainda, os que ficam irritados ou curiosos com tantos comentários sobre a nova igreja pelo pastor local na hora do culto. Porém, a grande maioria se arrepende e quer retornar à antiga congregação, onde muitas vezes nasceram e cresceram. Contudo, recebendo um tratamento rude, sendo achincalhados e chamados de rebeldes, dificilmente voltarão.
Houve uma situação desta em minha antiga congregação, onde enfrentamos a problema da abertura de outro ministério bem próximo ao nosso templo.
Perdi em uma semana duas senhoras que colaboravam de forma espetacular com o grupo de jovens que eu liderava. Embora triste, conversei com o pastor e pra minha feliz surpresa, confirmei a minha impressão de que ele seria um daqueles ministros que valorizam mais a obra que o ego. Assim, resolvemos que nenhum dos irmãos que tinham ido ou que porventura fossem, por curiosidade ou com intenção de ficar, seriam tratados como rebeldes. Seriam tratados com o mesmo amor e respeito, sendo saudados da mesma forma.
Duas semanas depois, dos seis irmãos que se debandaram, só dois ficaram lá. Nossa igreja, em um período de dois anos, só perdeu uns três membros, recebendo um número muito maior de novos convertidos.
Devemos sempre lembrar que a igreja é de Deus e cada crente deve ter a liberdade de ficar onde quiser.
Membros, sejam benção! Se não dá pra continuar na igreja, saia em paz.
Pastores, sejam benção! Se alguém não quer ficar com vocês, não os prendam. É melhor você ter noventa membros satisfeitos que cem, onde dez insatisfeitos façam o clima pesar pra maioria.
Extraído de: http://wyehahh.wordpress.com/

22 de fevereiro de 2013


JANES E JAMBRE

Antes de ler este texto por favor leia no livro de Êxodo o capítulo 7 e 8 até o versículo 24.

JANES E JAMBRE

Vamos considerar agora, em segundo lugar, a oposição de "Janes e Jambres", magos do Egito. Nunca teríamos conhecido os nomes desses dois inimigos da verdade se o Espírito Santo os não houvesse mencionado em ligação com os "tempos perigosos" dos quais o apóstolo Paulo avisa seu filho Timóteo. É da máxima importância que o leitor crente compreenda claramente o verdadeiro caráter da resistência que esses dois encantadores opuseram a Moisés, e para que ele faça uma ideia completa do assunto, citaremos toda a passagemda epístola de Paulo a Timóteo, passagem aliás profunda­mente importante e solene.

Nos Últimos Dias
"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avaren­tos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obs­tinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências, que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles" (2Tm 3:1-9).
Ora, a natureza desta resistência à verdade é particularmente solene. A oposição que Janes e Jambres fizeram a Moisés consistiu simplesmente em imitar, até onde lhes foi possível, tudo aquilo que ele fazia. Não vemos que eles atribuíssem a um poder enganador ou mau os sinais que ele fazia, mas antes que procuraram neutralizar os seus efeitos sobre a consciência fazendo eles as mesmas coisas. O que Moisés fazia, também eles o podiam fazer, de modo que, afinal não havia grande diferença. Um era tão bom como os outros. Um milagre. Se Moisés fazia milagres para tirar o povo do Egito, eles podiam fazer milagres para os obrigarem a ficar no país. Onde estava, pois, a diferença?
De tudo isto aprendemos a verdade solene que a resistência mais diabólica ao testemunho de Deus, no mundo, vem daqueles que, embora imitem os efeitos da verdade, têm apenas a "aparência de piedade" e "negam a eficácia dela" (2 Tm 3:5). As pessoas desta condição podem fazer as mesmas coisas, adaptar os mesmos costu­mes e o mesmo ritual, empregar a mesma linguagem e professar as mesmas opiniões dos outros. Se o cristão verdadeiro, constrangido pelo amor de Cristo, dá de comer aos que têm fome, dá vestuário aos nus, visita os enfermos, espalha as Escrituras, distribui tratados, contribui para a divulgação do evangelho, faz oração, canta hinos espirituais, prega o evangelho, o formalista pode fazer todas estas coisas; e isto, note-se, é o caráter especial da resistência oposta à verdade "nos últimos tempos" — é o espírito de Janes e Jambres.
Quão necessário é compreendermos esta verdade! Quão impor­tante é recordar que, assim "como Janes e Jambres resistiram a Moisés", assim também esses "amantes de si mesmos", do mundo e dos prazeres "resistem à verdade"! Não querem viver sem "aparên­cia de piedade", mas, enquanto adaptam a "forma", porque é hábito, detestam "a eficácia" dela, porque essa significa a renúncia própria. "A eficácia da piedade" implica o reconhecimento dos direitos de Deus, o estabelecimento do Seu reino no coração, e, por consequ­ência a Sua manifestação na vida e no caráter; porém o formalista nada sabe disto. "A eficácia" da piedade nunca poderá estar de acordo com nenhum destes caracteres horrendos descritos na passagem acima reproduzida; porém "a aparência", encobrindo-os, permite-Ihes viverem sem terem de se submeter, e isto agrada ao formalista. Ele não gosta de dominar as suas tentações, de interromper os seus prazeres, de refrear as suas paixões, de pôr em regra os seus afetos, de que o seu coração seja purificado. Somente precisa de bastante religião para poder tirar o melhor partido da vida presente e do mundo futuro. Desconhece o que significa abandonar o mundo que passa, por ter achado "o mundo vindouro".
Considerando as diversas formas de oposição de Satanás à verdade de Deus, vemos que o seu método tem sido sempre, em primeiro lugar, opor a violência; e, depois, se este método falha, corrompê-la por meio de imitação. Por isso, procurou em primeiro lugar matar Moisés (capítulo 2:15), e tendo falhado em realizar o seu propósito, procurou imitar as suas obras.
O mesmo aconteceu com a verdade confiada à Igreja de Deus. Os primeiros esforços de Satanás manifestaram-se em ligação com a ira dos principais sacerdotes e anciãos do povo por meio do tribunal, o cárcere e a espada. Porém, na passagem que reproduzi­mos da 2a epístola a Timóteo não se faz menção de tais processos. A violência aberta foi substituída por um meio mais astuto e perigoso de uma profissão vazia, ineficaz e a imitação. O inimigo, em vez de se apresentar coma espada da perseguição na mão, passeia com o manto da profissão sobre os ombros, professando e imitando aquilo que em outro tempo combateu e perseguiu; e, por este meio consegue vantagens assombrosas no tempo presente. As formas horríveis que o pecado moral tem revestido, e que de século para século têm manchado as páginas da história da humanidade, longe de se encontrarem apenas naqueles lugares onde naturalmente poderiam buscar-se, nos antros e cavernas das trevas humanas, acham-se cuidadosamente ocultas debaixo das pregas do manto de uma profissão fria, impotente e sem influência, e esta é uma das obras-primas de Satanás.
É natural que o homem, como ser caído e corrompido, seja egoís ta, cobiçoso, vaidoso, altivo; mas que seja tudo isto sob a capa formosa da "aparência de piedade" denota a energia especial de Satanás na sua resistência à verdade "nos últimos dias".
É natural que o homem manifeste abertamente esses vícios repugnantes — a concupiscência e paixões—, que são o resultado forçoso do seu afastamento da origem de santidade infinita e pureza, porque o homem será sempre o que ele é até o fim da sua história. Por outra parte, quando se vê o nome santo do Senhor Jesus
Cristo associado com a perversidade e a maldade implacável do homem; quando se vêem os princípios santos ligados com práticas ímpias; quando se vêem todos os característicos da corrupção dos gentios, mencionados no primeiro capítulo da epístola aos Roma­nos, ligados com a "aparência de piedade", então, de verdade, pode dizer-se, eis aqui o caráter horrível dos "últimos dias", a resistência de"janes e jambres".

A Aparência de Piedade
Contudo, os magos do Egito só puderam imitar os servos do Deus vivo em três coisas, a saber: tornaram as suas varas em serpentes (capítulo 7:12);transformaram a água em sangue (capí­tulo 7:22), e fizeram subir as rãs sobre a terra (capítulo 8:7); porém, quanto ao quarto sinal, que implicava a exibição da vida, em ligação com a manifestação da humilhação da natureza, viram-se inteira­mente confundidos e tiveram de reconhecer "isto é o dedo de Deus" (capítulos 8:16 a 19). Assim sucede também com os que resistem nos últimos dias. Tudo quanto fazem é segundo o poder direto de Satanás e dentro dos limites do seu poder. Além disso, o seu fim específico é resistirem à verdade.
As três coisas que Janes e Jambres puderam executar foram caracterizadas por poder satânico, morte e impureza; quer dizer, as serpentes, o sangue e as rãs. Foi assim que "resistiram a Moisés" e, "assim também estes resistem à verdade", e impedem a sua ação moral sobre a consciência. Nada há que tanto contribua para enfraquecer o poder da verdade como ver pessoas que não se encontram sob a sua influência fazerem as mesmas coisas que aqueles que estão debaixo dela fazem. Assim opera Satanás no momento atual. Ele procura fazer com que todos os homens sejam considerados como cristãos; quer fazer-nos crer que estamos rode­ados de "um mundo cristão", porém esse pretenso mundo cristão não passa de uma cristandade professa, a qual, longe de dar testemu­nho da verdade é aqui destinada, segundo os propôsitos do inimigo da verdade, para se opor à influência purificadora da verdade.
Em resumo, o servo de Cristo, testemunha da verdade, está rodeado, de todos os lados, pelo espírito de "Janes e Jambres"; e é conveniente que recorde este fato, que conheça inteiramente o mal com que tem que lutar e não esqueça que se trata da imitação que o diabo faz da realidade de Deus, produzida, não pela vara de um mago declaradamente mau, mas, sim mediante os atos de falsos religiosos, que têm "aparência de piedade", mas negam a eficácia dela"; pessoas que fazem coisas aparentemente boas e justas, mas que não têm a vida de Cristo em suas almas, nem o amor de Deus em seus corações, nem tampouco o poder da Palavra de Deus em suas consciências. "Não irão porém avante", acrescenta o apóstolo, "porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles". Com efeito a insensatez de Janes e Jambres foi manifesta a todos, quando não somente se viram impotentes para continuar a imitar os atos de Moisés e Arão, como foram envolvidos nos juízos de Deus. Isto é um ponto muito importante. A insensatez de todos aqueles que não possuem mais do que a aparência será manifestada. Não somente serão incapazes de imitar os efeitos plenos e próprios da vida e poder divinos, como eles mesmos virão a ser os objetos dos juízos que resultaram da rejeição da verdade que eles próprios rejeitaram.
Alguém dirá que tudo isto não encerra instrução para uma época, como a nossa, de aparência sem eficácia'?- Certamente que tem; são exemplos que deveriam exercer influência sobre toda a consciência em poder vivo e falar a todos os corações com assentos solenes e penetrantes: deveriam levar-nos a examinarmo-nos seriamente para sabermos se estamos dando testemunho da verdade e se andamos segundo a eficácia da piedade ou se somos um obstáculo dela neutra­lizando os seus efeitos por só termos a sua aparência. Os efeitos da eficácia da piedade serão manifestados se nós permanecermos nas coisas que temos aprendido (2 Tm 3.14). Só aqueles que são ensinados por Deus poderão permanecer nessas coisas—aqueles que, pelo poder do Espírito de Deus, têm bebido da água da vida na fonte pura da inspiração divina.
Graças a Deus, em todas as frações da Igreja professa há muitas destas pessoas. Aqui e ali, há muitos cujas consciências foram lavadas no sangue expiador do "Cordeiro de Deus", e cujos corações batem com verdadeiro afeto pela Pessoa do Senhor Jesus, e cujos espíritos são animados com "a bendita esperança" de O verem assim como Ele é e de serem feitos eternamente semelhantes à Sua imagem. É animador podermos pensar em tais pessoas. É uma misericórdia inefável podermos ter comunhão com aqueles que podem dar a razão da sua esperança e da posição que ocupam como filhos de Deus. Que o Senhor aumente o seu número dia a dia: e que a eficácia da piedade se espalhe mais e mais nestes últimos dias, para que se levante um testemunho brilhante e bem mantido ao nome d'Aquele que é digno de ser exaltado!

Fonte: Estudo sobre o livro de Êxodo (capítulo 7 e 8 até o versículo 24) – C. H. Mackintosh

21 de maio de 2012

Entrevista com Jesus Cristo

Naquela noite de 31 de dezembro de 1978, enquanto aguardava a passagem do ano, abri o Novo Testamento e fui lendo algumas passagens sobre a vida de Jesus Cristo. Retrocedi, em pensamento, ao ano 0030 e cheguei a Jerusalém. Ia conhecer ao vivo o mais famoso profeta de todos os tempos.

Andei tomando informações a seu respeito e soube que ele havia nascido em Belém de Judá, cidade que dista mais ou menos 16 km da capital Jerusalém. Ele foi criado em Nazaré da Galiléia, tendo se fixado ultimamente na cidade de Cafarnaum, porto marítimo da Galiléia. É filho do carpinteiro José, já falecido, descendente direto da linhagem do Rei Davi, e de uma piedosa mulher chamada Maria, que o tem acompanhado em algumas de suas andanças na pregação do evangelho. Tem aproximadamente 33 anos. Anda sempre acompanhado de doze homens simples que o chamam Mestre. Cura toda sorte de moléstias, expele demônios e ressuscita os mortos. Fala muito mal da seita dos fariseus e saduceus, às quais pertencem os mais famosos doutores da Lei Judaica, sendo que o sumo sacerdote, este ano, é o conhecido Caifás. O país é uma possessão romana e o governador da província é Pôncio Pilatos, um sujeito simpático e muito eficiente em matéria de ordem. Quando o encontrei, meu coração ficou em alvoroço. Ele é alto, moreno acobreado, como todos os que estão sempre em contato com o mar. Tem cabelos e barba sedosos, castanho claros. Os cabelos longos e fartos, são quase lisos até às orelhas, depois despencam numa cascata de cachos dourados, sobre os ombros bem torneados. Os olhos, firmes e ao mesmo tempo cheios de doçura, têm uma cor indefinida entre o cinza e o castanho, como o topázio fumê. Sua voz é maviosa e pura. Quando fala, com acentuado sotaque galileu, exerce um fascínio extraordinário sobre a multidão que o escuta. Até a natureza parece emudecer – árvores e pássaros ficam em total quietude – quando ele vai proferindo mensagens de vida e amor. Começo a ouvi-lo e uma onda de paz toma conta de mim. É uma espécie de alegria espiritual, que eu jamais havia experimentado, e é nesse estado de espírito que dele me acerco, a fim de pedir-lhe uma entrevista, com a qual Ele concorda, num simples aceno de cabeça.

Pergunta – Jesus, tu és o Cristo, Filho de Deus?
J. C. -
Eu o sou, eu que falo contigo. Eu o sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu. (João 4:26 e Marcos 14:62)

Pergunta – O que acontece a quem ouve a tua palavra?
J. C. -
Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida (João 5:24).

Pergunta – O que mais ofereces a quem ouve a tua palavra?
J. C. -
Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto? (João 11:25-26).

Pergunta – Quem vem a ti está mesmo garantido, não é?
J. C. – Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia (João 6:37,40).

Pergunta – E quem não crê em ti?
J. C. -
… Se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado (João 8:24; Marcos 16:16).

Pergunta – Como tens uma cultura tão grande, uma vez que és apenas o filho de um carpinteiro? J. C. - … A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo (João 7:16-17).

Pergunta – Por que dizes que és a porta?
J. C. -
Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância (João 10:9-10).

Pergunta – Mas o título que mais te agrada é o de pastor, não é?
J. C. - Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas (João 10:11,14,15).

Pergunta – É verdade que Moisés deu maná do céu aos judeus, quando estes atravessaram o deserto?
J. C. -
Moisés não lhes deu o pão do céu, mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim não terá sede (João 6:32-33,35).

Pergunta – Tu és rei?
J. C. - … Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz (João 18:37).

Pergunta – Que é a verdade?
J. C. - … A palavra de Deus é a verdade. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (João 17:17 e 8:32).

Pergunta – Por que temos de enfrentar tantas tribulações neste mundo?
J. C. -
… No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (João 16:33).

Pergunta – Devemos propagar o teu evangelho?J. C. - Convém que eu faça as obras daquele que me enviou enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. …Levantai os vossos olhos e vede as terras que já estão brancas para a ceifa. A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros (João 9:4-5; 4:35 e Mateus 9:37)

Pergunta – Sabemos que a salvação pessoal é um dom gratuito de Deus, outorgado pelo teu sacrifício na cruz. E as boas obras não contam?
J. C. -
Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus (Mateus 5:14-16).

Pergunta – Não foi uma grande lição de humildade que deste lavando os pés dos teus apóstolos, mesmo de Judas que era o traidor?
J. C. -
Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou (João 13:14-16).

Pergunta – O que devemos fazer para nos tornarmos perfeitos?J. C. - …Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me (Mateus 19:21).

Pergunta – Quais são os Teus mandamentos?
J. C. -
…Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. …Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Mateus 22:37,39).

Pergunta – Devemos te confessar diante dos homens?
J. C. -
… Qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus (Mateus 10:32-33)

Pergunta – Devemos te invocar nos momentos de aflição?
J. C. –
Vinde a mim, todos, os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas (Mateus 11:28-29).

Pergunta – Como é o reino dos céus?
J. C. -
…O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo; o qual é, realmente, a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos. Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo. Outrossim, o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; e, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a (Mateus 13:31-32 e 44-46)

Pergunta – Quem crê em Ti e obedece os Teus mandamentos para onde vai depois da morte?
J. C. -
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também (João 14:2-3).

Pergunta – Que achas de quem adota uma criança?
J. C. –
Qualquer que receber um destes meninos em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a mim me receber, recebe, não a mim, mas ao que me enviou. Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele. (Marcos 9:37 e 10:15)

Pergunta – Por que amas tanto os pecadores?
J. C. -
… Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento. (Marcos 2:17)

Pergunta – Devemos nos preocupar com o dia de amanhã?
J. C. –
Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal (Mateus 6:33-34).

Pergunta – Por que fazias tantas curas no sábado mesmo sabendo que isso escandalizava os judeus?
J. C. - …O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. …Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também (Marcos 2:27 e João 5:17).

Pergunta – Há tantas pessoas escrevendo livros, até eu, dando conselhos espirituais e há tantas religiões e seitas nascendo e crescendo nestes últimos tempos, todas prometendo salvação. Em quem devemos confiar?
J. C. -
… Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo (João 14:6; Mateus 7:15-19).

Pergunta – Vale a pena ficar rico?
J. C. –
Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? (Mateus 6:19-21 e Marcos 8:36)

Pergunta – É certo julgar os outros?
J. C. -
NÃO julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? (Mateus 7:1-3)

Pergunta – É proibido jurar?
J. C. –
Eu, …vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna (Mateus 5:34-37).

Pergunta – Devemos perdoar e amar os nossos inimigos?
J. C. -
… Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas (Mateus 5: 44-45 e 6:15).

Pergunta – Que achas das pessoas que se promovem à custa de escândalos?
J. C. -
Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem! … Qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar (Mateus 18:7,6).

Pergunta – Quando se dará a consumação do século?
J. C. -
… Ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores. Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo (Mateus 24:6-13).

Pergunta – Fala um pouco sobre o juízo final.
J. C. –
Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem. …O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar. …Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. …E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; …Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos (Mateus 24:27,35,42; 25:32-34 e 41).

Pergunta – Chegamos ao final desta entrevista. Tens mais alguma coisa a declarar?
J. C. –
Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros (João 13:34-35).

Autora: Mary Schultze

Desperta Débora: Mães de joelhos, filhos de pé



A todos, abracem esse lindo e abençoado projeto:

http://www.despertadebora.com.br/

9 de abril de 2012

Perfume de Mulher

Hermes C. Fernandes

Perfume de Mulher é um filme americano rodado em 1992, dirigido por Martin Brest e estrelado por ninguém menos que Al Pacino.  Em busca de realizar um antigo sonho antes de morrer, um militar cego (Al Pacino) contrata um jovem e inexperiente estudante (Chris O'Donnell) para ajudá-lo a passar um fim de semana inesquecível em Nova York. O militar cego, que não deseja piedade nem tolera discordância, passa a criticar o comportamento do acompanhante. Porém, na viagem, aos poucos ele passa a se interessar pelos problemas do jovem, esquecendo um pouco sua amarga infelicidade.

A cegueira tirou todos os facínios do Coronel Slade, exceto o seu facínio por mulheres. Sem poder ver a beleza de uma mulher, o personagem de Pacino passa a ser seduzido por suas fragrâncias. Porém isso não é suficiente para que Slade queira continuar vivo, e é em torno deste eixo que a história do filme se desenrola, contando como um garoto introvertido do interior de Oregon influencia o decidido Coronel Slade.

Uma das cenas inesquecíveis é quando eles vão a um luxuoso restaurante, e o Coronel convida uma moça para dançar tango. Ela exita e ele lhe diz bombasticamente “Não se preocupe, o tango não é como a vida; você pode errar e continuar dançando.” Além de um ótimo olfato, ele adquire uma habilidade especial de superar limites. Diz-se que quando somos privados de algum de nossos sentidos, os outros tendem a se desenvolver mais.

As Escrituras estão cheias de referências a perfumes e especiarias. Dentre todos, nenhum tem o destaque dado à mirra. Esta é extraída de um arbusto espinhoso que cresce nas regiões desérticas, especialmente em África, em países como a Etiópia e a Somália. Tem sido usada, desde a antiguidade, para embalsamar corpos. Os egípcios, por exemplo, a usavam em suas múmias. Além de evitar o mal odor, a mirra tem ação bactericida, impedindo a ploriferação de fungos, vírus e bactérias. Ao ser ingerida serve como entorpecente, aliviando as dores e atenuando o contato com a realidade.

Nos tempos bíblicos a mirra era comumente usada para embalsamar os mortos. Por ser muito cara, era costume da família economizar o equivalente a um ano de trabalho para comprar a especiaria e guardá-la para ser usada por ocasião da morte de um de seus membros.

Também era usada pelos noivos na preparação do casamento. Ester teve que banhar-se em óleo de mirra por seis meses e em outras especiarias por mais seis meses antes de apresentar-se ao rei Assuero para ser escolhida como a nova rainha. (Ester 2:12).

Portanto, a mirra tem a ver tanto com casamento, quanto com sepultamento. Então, por que razão os magos vindos do Oriente a escolheram como um dos presentes do recém-nascido Jesus? Confira:

“E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra” (Mt. 2:11).

Que utilidade teria a mirra para um bebê?

Por mais mórbido que pareça, aquele perfume caríssimo era para ser usado no sepultamento de Jesus, e visava poupar Maria e José de um ano inteiro de trabalho. Talvez houvesse suficiente para usá-lo para embalsar tanto Jesus, quanto o resto da família.

Mas o fato é que, se aquela mirra chegou a ser usada, não foi em Jesus. Se é verdade que Maria ficou viúva antes que Jesus fosse crucificado (o que explicaria a ausência de José na cena da crucificação), talvez parte daquela mirra tenha sido usada para embalsamá-lo.

A mirra, porém, não foi o único presente recebido por Jesus na ocasião de Seu nascimento. Muito tem sido dito sobre seu simbolismo, mas gostaria de propor uma interpretação alternativa (ainda que pareça pretensão de minha parte): O ouro aponta para Sua chegada, o valor de Sua encarnação, o início. O incenso aponta para Sua obra, e a extensão de Sua existência terrena, o meio. Assim como o incenso se consome à medida que vai queimando, Sua vida terrena seria gasta inteiramente na dedicação da obra que veio fazer. Já a mirra aponta para Sua morte, a consumação de Sua obra, o fim. Início, meio e fim. Criação, redenção e consumação.

Depois do episódio de Seu nascimento, deparamo-nos com a mirra novamente no episódio em que Ele é surpreendido por uma mulher que, sem pedir licença, quebra todos os protocolos, invade o recinto em que estava, e derrama-Lhe sobre a cabeça um precioso bálsamo. Percebendo que os discípulos a censuravam, e que Judas argumentava que aquele perfume poderia ter sido vendido e seu valor revertido para os pobres, Jesus sai em sua defesa e diz: “Deixai-a, por que a aborreceis? Ela praticou boa obra para comigo. Sempre tendes os pobres convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre me tendes. Ela fez o que pôde. Antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo que em todo o mundo onde este evangelho for pregado, o que ela fez também será contado para sua memória”(Mc.14:6-9).

Esta mulher era ninguém menos que Maria, irmã de Lázaro, a quem Jesus ressuscitara poucos dias antes (Jo.12). No Evangelho de acordo com João, Jesus afirma: “Ela guardou este perfume para o dia do meu enterro”(Jo.12:7).

Pense comigo: aquele perfume custava 300 denários. Praticamente um ano de trabalho. Era economia de uma vida inteira. Considerado um bem da família, destinado a ser usado no embalsamento de seus membros. Era de se esperar que ela o tivesse usado em Lázaro, pelo menos a terça parte do perfume, já que sua família era composta de três pessoas. Se o tivesse feito, não haveria razão para que Lázaro cheirasse mal no quarto dia após seu sepultamento.

Em vez disso, ela o guardou para Jesus.

De acordo com o testemunho do próprio Jesus, ela se antecipou a prepará-lO para o sepultamento. O que significa isso?


Ao expirar na cruz, já era três horas da sexta-feira. O sábado judeu começa às seis horas da tarde. Portanto, faltavam apenas três horas. Pelos romanos, Jesus ficaria pendurado no madeiro sendo devorado pelas aves de rapina, como geralmente acontecia com os demais crucificados. Porém, havia um membro do sinédrio chamado José de Arimatéia que era Seu discípulo secreto. Foi por intercessão dele que Pilatos liberou Seu corpo para ser sepultado (Mt.27:57-60). A correria foi enorme. Um judeu não poderia fazer absolutamente nada no sábado, nem mesmo sepultar seus mortos, quanto mais embalsamá-los. Aproveitaram que havia uma sepultura nova que alguém esqueceu aberta próxima do lugar da crucificação. Só deu tempo de enrolar o corpo do Senhor em lençóis, fechar a sepultura com uma grande pedra e esperar até que o sábado passasse para que pudessem retornar com calma para os procedimentos normais, incluindo o embalsamento.

O texto diz que as duas Marias, entre elas a Madalena, seguiram José de Arimatéia e viram onde puseram o Seu corpo. A pressa delas em embalsamar Jesus era tão grande, que mesmo antes de começar o sábado, elas “prepararam especiarias e unguentos”, e ficaram esperando as primeiras horas do dia seguinte para prosseguir em sua empreitada (Lc.23:56). Elas devem ter pensado: Vamos ser mais rápidas do que José de Arimatéia. Quando ele chegar no domingo para embalsamá-lO, terá uma surpresa.

Outro personagem que entra nesta corrida é citado por João. Trata-se de Nicodemos, outro discípulo secreto de Jesus.  Segundo o relato de João, Nicodemos providenciou“quase cem libras de uma mistura de mirra e aloés” para embalsamar Jesus. Mas devido à aproximação do sábado, só deu tempo de perfumar os lençóis que envolveram o Seu corpo.

Ao chegar bem cedo no sepulcro onde estaria Jesus, quem teve uma surpresa foi Maria Madalena. Algo inusitado ocorrera. A pedra estava removida. O sepulcro estava vazio. Não! Ninguém levou Seu corpo, como Maria inicialmente achou que acontecera. Jesus ressuscitou dos mortos, como muitas vezes avisou aos Seus discípulos que ocorreria. Maria teve que voltar pra casa com aquele perfume. Porém, Jesus não ficou sem receber o devido tratamento. Ela pode ter chegado antes dos discípulos secretos, e mesmo antes dos demais discípulos, mas alguém se ANTECIPOU. Outra Maria fez o serviço.

Talvez Madalena não tenha se dado conta disso. Possivelmente não tenha presenciado o ocorrido na casa de Lázaro cerca de quatro dias antes.

Maria, irmã de Lázaro agiu antes mesmo da morte. Ela se antecipou à cruz. Teve um vislumbre do futuro. Tomou pra si a responsabilidade.

Maria Madalena, sinto em lhe informar, mas mesmo tendo madrugado em frente ao sepulcro, você chegou atrasada.

Imagine comigo: quando Jesus entrou em Jerusalém montado no jumento, Ele já estava devidamente perfumado para ser sepultado. Quando expulsou os cambistas, ele exalava aquele perfume forte. Pilatos, enquanto O julgava, devia ter pensado: que fragrância maravilhosa é esta? E enquanto era crucificado, aquele perfume se espalhava pelo ar…

* "Apenas para uso externo..."

De repente, no auge de Seu suplício, alguém se compadece de Sua dor e para atenuá-la, oferece-Lhe “vinho com mirra” (Mc.15:23). Esta mistura promovia um efeito semelhante a de um anestésico. Mas Jesus Se recusa a tomá-la. A mirra era bem-vinda como perfume, mas não como entorpecente. Um “homem de dores, e experimentado no sofrimento” (Is.53:3b) não podia deixar-Se entorpecer.

Infelizmente, a oferta recusada por Jesus tem sido aceita por Sua igreja em nossos dias. Perdemos o contato com a realidade. Buscamos desesperadamente o alívio de nossa dor.

O que deveria servir como perfume através do qual exalássemos a fragrância de Seu amor, tem sido usado como entorpecente, pra não dizer, alucinógeno.

A mirra pode representar nossa espiritualidade, com todos os dons que o Senhor nos outorgou pelo Seu Espírito. Se esta espiritualidade nos fizer pessoas voltadas para dentro de si mesmas, então ela nos entorpecerá. Uma igreja entorpecida perdeu o contato com a realidade à sua volta, e por isso, já não é capaz de afetá-la e transformá-la. Tornamo-nos apáticos, incapazes de nos solidarizar com a dor do mundo. Já não nos importamos com nada que aconteça à nossa volta. Simplesmente nos desligamos. Isso não é espiritualidade genuína, mas mera religiosidade, aquilo que Karl Marx chamou de “ópio do povo”. A verdadeira espiritualidade nos convida à compaixão e a nos engajarmos na transformação da realidade, para que o sofrimento humano seja atenuado.

Mesmo na Cruz, Jesus demonstrou preocupar-Se com os que estavam à Sua volta. Desde Sua mãe, passando pelos Seus algozes, até os ladrões crucificados ao Seu lado, todos foram alvo de Sua compaixão e solidariedade. Desta forma, Ele exalou o bom perfume de Seu amor em um cenário de dor e crueldade.
Se Ele Se deixasse tomar por um sentimento de auto-compaixão, certamente teria aceitado a oferta daquela esponja, e sorvido por inteiro a mirra que Lhe aliviaria a dor. Mas Ele recusou.

Agora somos convocados a levar “sempre por toda a parte o morrer do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos; e assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal” (2 Co.4:10-11). E é assim que Deus “por meio de nós manifesta em todo lugar o cheiro do seu conhecimento. Pois para Deus somos o bom perfume de Cristo” (2 Co.2:14b-15a).

Nossa missão é espalhar Seu aroma pelo mundo.

Cantares retrata a esposa do rei, representação da igreja de Cristo, como aquele cujas mãos “gotejavam mirra”, e os dedos “mirra com doce aroma” (Ct.5:5). Ela é aquela que “sobe do deserto, como colunas de fumaça, perfumada de mirra” (Ct.3:6). 

Como Esposa de Cristo, temos que deixar um rastro de mirra por onde passarmos. Os ambientes que frequentamos devem ficar empregnadom da fragrância de Cristo. E isso se dá quando deixamos de viver para nós mesmos, para viver para Cristo e por aqueles por quem Ele Se entregou na Cruz. 

O Mundo pode até estar cego, como o personagem vivido por Al Pacino, mas certamente será capaz de perceber no ar o aroma de Cristo exalado por nós.